domingo, 19 de maio de 2013

Jihad, ou "luta sagrada" (parte II)



[trecho extraído de AZEVEDO, Mateus Soares de. Iniciação ao Islã e sufismo. Rio de Janeiro: Record, 1994. p.37]

Para o sufi, o místico do Islã, a jihad assume antes de mais nada este segundo aspecto, de combate contra as paixões, vícios e limitações do próprio ego. Nesta luta, sobretudo contra o orgulho e o egoísmo, - "mãe de todos os vícios" - , mas também contra a inveja, a gulodice, a luxúria, a cólera e a preguiça, o místico busca opor a humildade, a generosidade, a castidade, a caridade, a temperança, a paciência e a diligência.

Quanto à "pequena" jihad, além de ser secundária em relação à "grande", ela significa em primeiro lugar, como dissemos anteriormente, esforço ou empenho na causa de Deus. A jihad exterior exclui a luta por uma causa mundana, por exemplo. Ela só é aceita se tiver em vista a manutenção ou a conquista da paz e para repelir forças contrárias à justiça e à verdade, para que o mundo não seja tomado, como diz o Corão na surata (capítulo 2), pelo caos.

Se o verdadeiro objetivo da luta é a glória pessoa, ou a obtenção de riquezas, ou o simples ódio contra outro povo, não se trata de jihad. Para ser legítima, segundo o Islã, a "pequena guerra santa" deve implicar no combatente o amor de Deus e da religião.

(fim do trecho)

Assalam alaikum. Ora, irmãos, eu não conseguiria sintetizar com essa maestria uma explicação tão sintética sobre jihad. Entretanto, gostaria de reforçar essa questão de batalhar somente pelo amor de Deus e da religião. Tal argumento vem alimentando os desejos de violência de muitas pessoas; me parece que a batalha contra as pessoas é algo recorrente em nossa História. O que devemos fazer, como diria a personagem de um jogo de computador (!), é iluminar o inimigo; instruir as pessoas para a Paz e para a misericórdia parece ser a finalidade da batalha, ou deveria ser. Iluminar o inimigo é algo que faremos somente quando nós estivermos iluminados. Como alguns ramos do budismo ensinam, só conseguiremos isso unidos, juntos, através do Grande Veículo. Façamos a paz. Assim, iluminaremos uns aos outros.

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