E não creiais que aqueles que sucumbiram pela causa de Allah estejam mortos; ao contrário, vivem, agraciados, ao lado do seu Senhor. (Alcorão 3:169)
Todos os muçulmanos reconhecem Jesus como um grande Profeta e Mensageiro de Deus. Como nos Evangelhos, o Alcorão se refere a Jesus como o Messias ou o Cristo (al-Masih), enviado para os Filhos de Israel, seguindo os passo de Moisés e dos Profetas hebraicos. Interessantemente, o Alcorão também se refere a Jesus como Palavra de Deus (kalimat) e Espírito de Deus (ruh) soprado na Virgem Maria. No Islã em geral e no pensamento ismailita, em particular, Jesus e sua missão são de grande importância, uma vez que ele é o precursor e antecessor de Muhammad, o Selo dos Profetas.
Jesus ocupa uma proeminente posição na Filosofia Ismailita, na qual ele é lembrado como sendo um dos "Possuidores da Resolução" (ulu'l-azam) e um Profeta da Fala ou Proclamador (Natiq), tendo existido somente seis destes (Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus, Muhammad). Em todo Ciclo da Profecia, Jesus representa o aspecto solar ou esotérico da Profecia, conhecido comowalayah, sendo sua função revelar o conteúdo esotérico (batin) da lei (shari'ah) de Moisés, completando seu propósito último. Não é, então, algo surpreendente vermos o porque de muitos filósofos ismailitas dedicarem grande atenção à figura de Jesus, sua missão e o significado esotérico de vários símbolos e eventos em sua vida.
Na Filosofia Ismailita, cada grande Profeta ou Natiq (Proclamador) é o locus da manifestação (mazhar) do Intelecto Universal. Em muitas formas da Gnose islâmica e da Filosofia, incluindo o pensamento Ismailita, o Intelecto Universal (al-'aql al-kull) é o primeiro ser originado diretamente de Deus, enquanto o resto da Criação foi criado através desse Intelecto Universal. Isso é evidente em muitos hadiths, aceitos tanto por sunitas quanto xiitas, onde o Profeta mesmo afirma que "a primeira coisa criada por Deus foi Intelecto ('aql)." De acordo com o Imam Ja'far al-Sadiq, este Intelecto é a Luz primordial que manifesta-se no Profeta Muhammad e no primeiro Imam, 'Ali ibn Abi Talib:
Dois mil anos antes da criação, Muhammad e 'Ali eram uma Luz (nur) perante Deus.
Em outro hadith, o Imam descreve o Intelecto ('aql) como a primeira entidade espiritual a ser criada da Luz de Deus:
Deus - seja Ele glorificado e exaltado - criou o Intelecto ('aql) primeiro dentre as entidades espirituais. Ele tirou-o do lado direito de Seu trono, fazendo-o proceder da Sua própria Luz.
No pensamento Ismailita, Deus transcende todos atributos, descrições e nomes, incluindo as categorias de ser e não-ser, unidade e multiplicidade e mesmo de existência e não-existência. Na visão global da metafísica ismailita, todos os atributos e qualidades de grandeza, majestade e perfeição, particularmente aqueles de natureza antropomórfica, relacionam-se ao Intelecto Universal a não aO Próprio Deus, O qual absolutamente transcende tais qualidades. O Intelecto Universal abarca todos atributos divinos, toda a existência dentro de si mesmo e é, tecnicamente falando, a "Causa Primeira" e o "Ser Necessário" (wajib al-wujud) da hierarquia onto-cosmológica da qual se origina o mundo físico. A pessoa do Proclamador (Natiq) e sua descendência linear, o Imam, é olocus da manifestação (mazhar) do Intelecto Universal - do mesmo modo que um espelho reflete um objeto sem realmente conter ou encarnar tais objetos. Henry Corbin referiu-se a esse grupo de conceitos como "Imamologia"; de acordo com ele, a figura do Profeta e do Imam possuem duas naturezas distintas ou camadas de existência - uma natureza humana, criada, e uma natureza divina, eterna. A Imamologia torna-se relevante na compreensão da "cristologia" Ismailita, fornecendo os elementos, aos muçulmanos ismailitas, para compreender a crucificação.
Muitos filósofos ismailitas do décimo e do décimo primeiro séculos comentaram sobre a crucificação, incluindo Ikhwan al-Safa, Ja'far ibn Mansur Al-Yaman, Abu Hatim al-Razi, Abu Yaqub al Sijistani e al-Mu'ayyad fi'l-Din al-Shirazi. Todos eles estão de acordo em afirmarem a historicidade da Crucificação, confirmando mesmo que foi Jesus mesmo, de fato, quem foi crucificado e não um substituto como afirmado por muitos outros comentadores do Alcorão.
Para al-Mu'ayyad fi'l-Din al-Shirazi, negar a historicidade da Crucificação é contradizer um fato histórico estabelecido pelo testemunho de duas das maiores comunidades religiosas, Judeus e Cristãos. Mesmo o proeminente teólogo sunita al-Ghazali eventualmente veio a afirmar a Crucificação, provavelmente tendo apreendido isso de fontes Ismailitas. Ikhwan al-Safa chega mesmo a narrar toda a estória da Crucificação de Jesus em suas epístolas, como segue:
Então, no dia seguinte, Jesus apareceu para as pessoas e convocou-as e rezou para elas até que ele foi preso e levado para o Rei dos banu isra'il. O rei ordenou sua crucificação, então seu nasut (corpo físico) foi crucificado e suas mãos foram pregadas à cruz de madeira, permanecendo assim da manhã até a tarde. E ele pediu por água, mas lhe deram vinagre para beber. Então ele foi perfurado com uma lança e enterrado próximo à cruz, enquanto quarenta tropas guardavam sua tumba. E tudo isso aconteceu na presença de seus discípulos. Quando eles o viram, souberam que era ele COM CERTEZA e ele não os comandou para que DIVERGISSEM SOBRE ISSO. Então eles se reuniram três dias depois em um lugar. E Jesus apareceu para eles, e eles viram as características que lhes eram conhecidas. As novas, de que o Messias não foi morto, foram divulgadas entre os banu isra'il. Então a tumba foi aberta e o nasut (corpo físico) não foi encontrado. Assim, as tropas DIVERGIRAM ENTRE ELES e, certamente, muito tagarelou-se sem sentido, sendo que a estória complicou-se.
Os Ismailitas então afirmam que Jesus morreu no sentido convencional - seu corpo físico foi crucificado e morto. De fato, o Alcorão confirma em outros versículos que Jesus morreu e que sua morte não foi de acordo com os desejos de seus inimigos, mas devido à Vontade de Deus:
E quando Allah disse: Ó Jesus, por certo que porei termo à tua estada na terra[mutawaffeeka]; ascender-te-ei até Mim e salvar-te-ei dos incrédulos, fazendo prevalecer sobre eles os teus prosélitos, até ao Dia da Ressurreição. Então, a Mim será o vosso retorno e julgarei as questões pelas quais divergis. (Alcorão 3:55)
E recorda-te de que quando Allah disse: Ó Jesus, filho de Maria! Foste tu que disseste aos homens: Tomai a mim e minha mãe por duas divindades, em vez de Allah? Respondeu: Glorificado sejas! É inconcebível que eu tenha dito o que por direito não me corresponde. Se o tivesse dito, tê-lo-ias sabido, porque Tu conheces a natureza da minha mente, ao passo que ignoro o que encerra a Tua. Somente Tu és Conhecedor do desconhecido. Não lhes disse senão o que me ordenaste: Adorai a Allah, meu Senhor e vosso! E enquanto permaneci entre eles, fui testemunha conta eles; e quando quiseste encerrar os meus dias na terra [tawaffaytanee], foste Tu o seu Único observador, porque és Testemunha de tudo. (Alcorão 5:116-117)
As palavras em árabe utilizadas acima, mutawaffeeka e tawaffaytanee, traduzidas com o sentido de Deus tomando a alma de Jesus na morte, ocorrem ao longo do Alcorão para descrever o ato de Deus ou Seus Anjos tomarem as almas das pessoas quando morrem. Assim, o Alcorão afirma que Jesus efetivamente morreu, atribuindo sua morte à Vontade de Deus e não às atividades de seus inimigos. Neste sentido, Todd Lawson observa:
Retornando ao nosso teórico leitor, eles podem manter a visão de que, qualquer que seja o ELES, é claro que foi Deus, Ele mesmo, quem determinou um assunto tão importante quanto o destino de seu Filho. Assim, mesmo que para todas as aparências externas ELES tenham realmente MATADO E CRUCIFICADO Jesus, isso foi feito apenas através do trabalho misterioso elaborado pela Vontade de Deus, e ao que os muçulmanos referem-se como a permissão divina (idhri), sendo que ELES não tiveram força sobre esse assunto: 'apenas lhes pareceu assim'.
Parece imediatamente que afirmar a Crucificação de Jesus entra em contradição com a negativa corânica "(...) não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, mas o confundiram com outro." (Alcorão 4:157) Uma das chaves para entender a interpretação Ismailita desse verso é o conceito de nasut (natureza humana) e lahut (natureza divina). Para as escolas esotéricas do Islã, como o Sufismo e Ismailismo, a pessoa do Profeta ou do Imam possuem duas naturezas distintas ou camadas de ser. A primeira é sua natureza humana, chamada nasut, e a segunda é a sua natureza divina ou celestial, chamada de lahut. A natureza divina (lahut) é o Intelecto Universal (al-'aql al-kull) o qual também é chamado de Luz de Muhammad (nur Muhammad) ou Luz do Imamato (nur al-imamah), sendo a Luz (nur) o que se manifesta na alma sutil do Profeta ou Imam. A nasut (natureza humana) do Profeta ou Imam é seu corpo físico, o qual meramente serve de "cobertura" para a alma sutil e não é a essência de sua personalidade. É nesse sentido que Ikhwan al-Safa utilizou a palavra nasut em sua citação acima. No tocante a essas duas naturezas do ser presentes no Profeta Muhammad, o filósofo islâmico contemporâneo Seyyed Hossein Nasr escreveu:
O Profeta possuiu eminentemente e em perfeição tanto a natureza humana (nasut) quanto a espiritual (lahut). Assim, nunca houve incarnação do lahut no nasut, uma perspectiva que o Islã não aceita. O Profeta possuiu essas duas naturezas e por essa razão que seu exemplo tornou possível a presença do caminho espiritual no Islã.
O nasut e o lahut seriam duas naturezas distintas ou camadas do ser; elas não se misturam mas existem, sem confusão, em união. Jesus, sendo um dos grandes Profetas do Islã, também possuiria as duas naturezas. Os Ismailitas estão aptos tanto a confirmar quanto a negar a Crucificação de Cristo de acordo com essa dualidade: foi apenas o corpo físico ou o nasut de Jesus que foi para a Cruz; a realidade divina ou lahut de Cristo não foi afetada, e nunca poderia ser, pela morte. A alma sutil de Cristo e a Luz (nur) manifesta através dele nunca poderiam ser crucificadas. O filósofo Ismailita al-Mu'ayyad, de modo a apoiar a posição de que Cristo nunca poderia morrer na realidade, citou o seguinte versículo corânico:
E não creias que aqueles que sucumbiram pela causa de Allah estejam mortos; ao contrário, vivem, agraciados, ao lado do seu Senhor. (Alcorão 3:169)
No mesmo sentido, um texto Ismailita anônimo afirma:
A alma imaterial e o Templo Sublime da Luz não podem ser mortos ou crucificados, nem assassinados. Aquilo que morre é apenas a "cobertura superficial" do corpo feito carne e sangue, o que nada mais é do que uma representação externa (mithal) do imaterial Templo de Luz.
Assim, Jesus, no tocante à sua alma pura e realidade essencial - a Luz (nur) de Deus - não morreu na realidade ('ala haqiqah). A imutabilidade e o inefável da Luz de Deus (nur Allah), manifesta nos Profetas e Imams, é relatada no seguinte versículo corânico:
Desejam em vão extinguir a Luz de Allah com as suas bocas; porém, Allah nada permitirá e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos. (Alcorão 9:32)
A ideia de que Cristo possua duas naturezas não é estranha ao Cristianismo. Enquanto as escolas de pensamento e mistiticismo islâmicos falam em nasut e lahut, o cristianismo tradicional vê o Cristo tanto como completamente humano quanto completamente divino. Não obstante as diferenças teológicas, não é difícil perceber que o nasut e lahut do pensamento islâmico correspondem as naturezas humana e divina do cristianismo tradicional. Isso é deixado claro na Bíblia, particularmente no Evangelho de João, o qual claramente distingue entre as naturezas, histórica e eterna, do Cristo. Por exemplo, quando o Cristo disse para o povo, "Antes de Abraão, eu sou" (João 8:58), as palavras "eu sou" pertencem às naturezas eterna e divina do Cristo, sendo que os muçulmanos as chamam de lahut e os cristãos chamam de Logos ou Verbo. O Alcorão relata sobre o lahut, ou natureza divina, do Cristo quando se refere a ele como a Palavra (kalimah) e Espírito (ruh) de Deus. Todos os cristãos e muçulmanos poderiam prontamente concordar que o Cristo não pode ter sido assassinado ou crucificado enquanto a sua verdadeira realidade era a Palavra e o Espírito de Deus. Neste sentido, alguns pensadores muçulmanos contemporâneos como Mahmoud Ayoub estão de acordo, em sua generalidade, com a perspectiva Ismailita:
O Alcorão não está aqui falando de um homem, justiçado ou injustiçado como pode ter sido, mas sobre a Palavra de Deus que foi enviada à terra e que retornou para Deus. Assim, a negação do assassinato de Jesus é a negação do poder dos homens para eliminar ou destruir o Verbo divino, o qual é vitorioso para todo sempre.
O Filósofo Ismailita Abu Hatim al-Razi emprega uma aproximação hermenêutica mais interessante dos versículos corânicos sobre a crucificação, comparando-os a passagens das próprias palavras de Jesus, como registrado nos Evangelhos. Razi, refletindo a posição de seus colegas Ismailitas, esclarece sobre a dualidade do corpo e alma do Cristo. Para esclarecê-la, ele refere-se às seguintes palavras do Cristo:
Não tema aqueles que podem matar o corpo mas não a alma; ao invés, tema Àquele que pode destruir tanto a alma quanto o corpo no Inferno. (Evangelho de Mateus 10:28)
Refletindo a perspectiva pluralista e ecumênica do Islã Ismailita em geral, Razi cita a Bíblia para demonstrar que tanto o Alcorão quanto a Bíblia estão de acordo no tocante à morte e crucificação de Jesus. Tal aproximação contrasta com aquelas dos comentaristas corânicos que afirmam que o texto dos Evangelhos foram corrompidos (tahrif) - uma visão que, desde o começo, tende a desgastar a relação entre cristãos e muçulmanos. Para Razi, a diferença entre o Alcorão e a Bíblia repousa sobre a interpretação (ta'wil) e não sobre a mensagem essencial de cada texto. Razi refere-se ainda aos versículos corânicos 2:154 e 3:169-70, os quais ensinam que os mártires não estão realmente mortos, mas estão vivos com Deus, e conclui que Jesus foi morto apenas em corpo e não em alma. A seguinte citação da obra de Razi, A'lam al-Nubuwwah, mostra a reconciliação das passagens bíblicas e corânicas:
Um exemplo é encontrado no Evangelho (al-Injil) de João (Bushra Yuhana): "O Messias morreu em corpo (bi-al-jasad), enquanto está vivo em espírito (bi-al-ruh)." Então eles pensaram que aquele que morreu fisicamente foi liberto de seus pecados. E no Evangelho de Lucas (Bushra Luqa), diz-se "Eu digo a vocês, meus queridos amigos (awliya'i), não temam aqueles que matam o corpo e que não podem fazer mais do que isso..." e no Evangelho de Mateus (Bushra Matta) diz-se "Não tema aquele que mata o corpo mas não está apto a matar a alma; tema Àquele que pode tanto destruir a alma quanto lançar o corpo no fogo infernal"... Tais passagens dos Evangelhos são consistentes com o Alcorão nos termos do seu sentido real, uma vez que ambas as escrituras atestam que Jesus não poderia ser assassinado inteiramente, isso é, em corpo e alma.
O Alcorão, após afirmar que "eles não o mataram, nem o crucificaram" segue afirmando que "mas pareceu-lhes assim" (wa-lakin shubbiha lahum). Para Razi, a chave para solucionar toda a questão está no entendimento correto dessa frase. O que "parece" ter sido realmente crucificado foi apenas o corpo de Jesus - sua natureza humana (lahut) -, sendo que seus inimigos não poderiam crucificar sua alma. Então, Razi alcança uma reconciliação memorável entre as descrições da Crucificação de Jesus tanto no Alcorão quanto na Bíblia.
A posição Ismailita sobre a Crucificação pode ser sumarizada da seguinte forma:
· Historicamente, Jesus foi crucificado e morto; não havia "substituto";
· Aquilo que "lhes pareceu" (shubbiha lahum) como sendo crucificado foi precisamente o corpo e natureza humana (nasut) de Jesus;
· A alma de Cristo, como manifestação da natureza divina (lahut), não poderia ser morta e é disso que o Alcorão fala sobre quando afirma "eles não o mataram, nem o crucificaram";
· A Bíblia e o Alcorão estão, assim, em concordância sobre a Crucificação.
Tal entendimento da Crucificação aproxima as posições do Cristianismo e do Alcorão. Se os Alcorão não nega realmente a historicidade da crucificação de Jesus, então os Muçulmanos podem juntar-se a eles e reconhecer tal evento histórico, ainda que não atribuam a tal evento o mesmo significado teológico. Ao mesmo tempo, os Cristãos poderão concordar com o Alcorão e com os muçulmanos com o fato de que Jesus não morreu verdadeiramente e que a natureza divina do Cristo, como a Palavra de Deus, não pode ser morta. Tanto para Cristãos quanto para Muçulmanos, a Crucificação pode ser entendida como o desdobramento da Vontade de Deus na história humana; apesar da aparência externa, a Crucificação foi, na verdade, a vitória tanto de Jesus quanto de Deus. Isso é especialmente verdadeiro para os filósofos Ismailitas, para os quais a Crucificação possui uma especial importância esotérica (...).
[extraído de ANDANI, Khalil. "They killed him not": the crucifixion in shi'a Isma'ili Islam. Disponível em: <<http://themathesontrust.org/papers/islam/andani-crucifixion.pdf>> - tradução para fins didáticos por Muhammad F.; todas as citações do Alcorão foram extraídas de http://www.islamhouse.com/7/pt/pt/books/Tradu%C3%A7%C3%A3o_do_sentido_do_Nobre_Alcor%C3%A3o_para_a_l%C3%ADngua_portuguesa]
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