Se os símbolos do macrocosmo, tomados coletiva ou separadamente, são lembretes para o peregrino espiritual da perfeição perdida pelo Homem, os símbolos mais imediatos serão microcósmicos, isto é, o Verdadeiro Homem ele mesmo, personificado por seus Profetas, Santos e pelo Mestre Espiritual vivo. Embora não haja dúvidas sobre a riqueza da verdade disso, seria uma mera simplificação reduzir os símbolos macrocósmicos a um segundo lugar - em qualquer sentido absoluto - quanto ao seu significado espiritual para o homem, uma vez que muito dependerá do indivíduo que os apreende e de suas circunstâncias. Para além destas alteridades e semelhanças, os símbolos possuem seu próprio impacto especial. O Alcorão afirma a eficácia de ambos: "De pronto lhes mostraremos os Nossos sinais em todas as regiões (da terra), assim como em suas próprias pessoas." (41: 53)
Consideremos, tomando um exemplo particular, a virtude da dignidade, a qual deve ser descrita como a majestade em repouso, e que o homem, se for verdadeiro com sua natureza, procurará aperfeiçoá-la juntamente com outras virtudes que refletem as demais Qualidades Divinas. O cisne incorpora apenas um aspecto da dignidade, mas o faz com perfeição; isolando-se esta perfeição, ela é para o homem uma clara e poderosa impressão, irresistível por ser apresentada em modo não humano, isto é, um modo que está além de nosso alcance. Essa superação fornece-lhe asas que, aos olhos do observador, permitem à dignidade retornar ao seu Arquétipo. O mesmo poderia ser dito de todos os outros grandes símbolos terrestres que não são humanos, como o céu, planícies, oceanos, desertos, montanhas, floretas e rios que englobam - cada uma destas "palavras" sendo eloquentes nas línguas que os membros das raças branca, amarela e preta partilham.
Uma vez que nada possa existir exceto em virtude de seu enraizamento Divino, isto significa que tudo pode ser um símbolo? A resposta é sim e não - sim pela razão dada e não porque "símbolo" significa "sinal" ou "emblema", o que implica em poder operativo de recordar algo, seu Arquétipo. À luz do versículo citado de que nada exite que não seja para O glorificar em louvor, podemos dizer que o que quer que possa ser chamado de símbolo dependerá o quanto este "louvor" é poderoso ou débil. A palavra símbolo é normalmente utilizada para aquilo que é particularmente impressionante na "glorificação".
[trechos do Alcorão extraídos de Os significados dos versículos do Alcorão Sagrado, tradução de Samir El Hayek.]
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